sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Apenas um vestido sujo.



Sair correndo sem parar, 
Pelas ruas para algum lugar, 
Que fica no sul de lugar algum. 
Aonde você quer chegar?

Dentro do submundo da sua imaginação, 
No buraco da árvore da criação
Aonde você quer chegar ?

Sem mesmo o chão tocar,
De cabeça para baixo, fugindo sem lugar, 
Nas flores sem cores, 
Subindo e descendo sem parar,
Aonde você quer chegar ? 

Girando sem lugar;
Aonde você quer chegar ?
Aonde ela quer estar ?

Nas portas pequenas,
Passagens secretas, 
Na fortaleza de lugar algum,
Aonde você quer chegar?

A chave para as portas abertas,
Na sua mente vão estar,
Algum Alguém pode ajudar.
Aonde você quer chegar?

Ela discute e não sabe o porquê, 
E ninguém sabe, 
Ela senta e começa a chorar,
Ela quer fugir pelas ruas de algum lugar! 
Aonde você quer chegar ?

Aonde ela quer estar ? 
Está disposta a ir pra lá ?
Aonde você quer chegar?

Túneis de terra, girando em esfera, 
Muitas escolhas num vestido sujo,
Eu quero encontrar e vou procurar,
O tempo sem ponteiros não pode contar
Aonde você quer chegar ?

A casa fresca de ponta cabeça ,
Onde apareceu Algum Alguém
Que vai ajudar, 
Ele também quer ir pra lá.
Aonde você quer chegar ? 

Aonde ela quer estar ?
Aonde fica o lugar ?
Aonde você quer chegar ? 

Ninguém podia achar, 
Enquanto os ventiladores giravam sem parar,
O que ninguém sabe, 
O que ninguém quer falar;
Onde começou, no tempo frio 
O cachorro fugiu e ela caiu. 

Atordoada no conto de algum lugar, 
Enquanto Algum Alguém ria
Junto das pequenas janelinhas. 
Aonde você quer chegar ? 
Tudo e nada fora de lugar.

                                                     Pequena como as coisas.


quarta-feira, 6 de outubro de 2010

O grande Rei.


Perdeu-se em contas,
Contando o tempo,
Não se deu conta
Do tempo que perdeu.

Pobre homem cogumelo!
Pensa que conta
Finge que pensa
Tanto que o tempo já perdeu a conta
Contando o tempo que perdeu.

Corro atrás de coisas grandes!
Correndo o homem de cabeça pequena
O grande Rei sou,
Ocupo muito espaço.

Sou um homem sério!
Sou um homem sério!
Não sabe onde quer chegar
O pobre homem cogumelo!

                            Pequena como as coisas.



Não penso ser um livro qualquer, nem um conto por ai. Pelo contrário, no meu conceito é um livro fantástico, não apenas "um que todos já leram um dia na vida"; nem uma simples história, mas um livro pessoal, com visões pessoais, pontos de vista pessoais. O único que me faz desejar fazer parte da história, desejar ser a história, mesmo que no inconsciente.