terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O Farol de tinta.


Disse que seu tempo acabava
Pois o cansaço vencia os ventos
E que podia apenas ver o pôr das horas.

Contestar-te não pude,
Alegrar-me não mais;
Via apenas suspiros teus
Sobre os meus olhos molhados.

O mar embalou meu canto seco
Mostrando os dias esquecidos
Dentro de um balde de conchas.
Não pude deixar o grito ecoar,
O fôlego não chegou até o final.

E como um último sopro;
Os dedos deslizando a espinha
Voltaram a tinta.
As canções suspiradas,
Voltaram a margem.

O farol quase amante
Deixou-se cenário.
E o pôr das minhas horas,
Voltou a ser imagem.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Menos moscas; Mais foco.


Há algum tempo, vinha sem motivação ou inspirações aparentes, assim resolvi  deixar tudo o que fazia, vazio e às moscas.
  Falta de tempo? Talvez, a vida corriqueira pode ter atrapalhado um pouco minha cabeça, mas o jeito como abandonei minha imaginação tinha pontinhas em muitos outros motivos, que nem eu sabia quais eram.
" -Ah! Gabriela, talvez foi uma época intensa, dramática." " - Quem sabe não foi uma sensibilidade maior que bateu naquela hora?" Não, existia um outro cascalho muito maior que travava o rio de meus pensamentos.
  A percepção aguçada do mundo a sua volta, a tal sensibilidade, é movida a expectativas; é a esperança, é cada pequeno sonho! Era exatamente o que não existia mais. Porém, focos renovados e sonhos férteis não faltavam apenas em mim, é um remédio que está em constante falta nas prateleiras da humanidade.
  Ninguém consegue viver apenas com comida e oxigênio, se fosse desse jeito, não haveria stress e depressão. O combustível de nossa sanidade é o sonho.
  Sabe as moscas? Voaram por ai procurando outra cabeça para infernizar, pois meu anseio é ter expectativas novas pela manhã, e focar minha inspiração no maior vendedor de sonhos que o mundo já conheceu.