quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Borboletas no desenquadro.



A menina dos cabelos metade presos, que dançava pelas ruas da praça em todos os finais de tarde, com seu vestido esvoaçante coberto de paná-paná. Sentava-se no banquinho mais belo do parque, e assistia o pôr-do-sol.
O garoto de cabelos desgrenhados, sob um charmoso chapéu surrado, que fazia graça dentro de seu olhar azul. Um jovem pintor, sentado num banquinho da esquina, fazendo um quadro novo a cada tarde que descia.
Nesse quadro triste e inseguro os dias passavam e as borboletas quase desbotavam, pois um chapéu surrado e um vestido esvoaçante pintavam um diálogo mudo e sem sabor.
Porém um belo dia, o vento cansado dessa situação fria, soprou e soprou! O chapéu dançava e o vestido bailava. Por um instante as borboletas voaram, fizeram a primeira e última valsa de outono. Aconteceu assim, de tal forma e intensidade que uma borboleta inebriada da dança, ficou presa dentro do charmoso chapéu surrado, deixando o paná-paná do vestido um pouco desfalcado...

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